Livros > Fahrenheit 451

Estou lendo FAHRENHEIT 451 de Ray Bradbury, uma SciFi sobre um sistema de governo totalitário que afasta a população dos livros, queimando-os. O diretor François Truffaut filmou em 1966, prefiro o livro, é mais legal. Foi escrito em 1953, mas a ficção de RB é muito atual. Separei um trecho que fala sobre uma coisa que penso muito: a substituição dos jardins por canteirinhos inexpressivos ou por aproveitamento total das áreas edificadas. Tenho uma implicância séria com isso.

Veja como RB encaixou isso no totalitarismo:

Do outro lado da rua estavam às casas, com suas fachadas retas. O que Clarisse tinha dito certa tarde? "Não há mais varandas. Meu tio diz que antigamente havia varandas. E as pessoas às vezes ficavam sentadas ali de noite, conversando quando tinham vontade de conversar, ou ficavam caladas quando era isso que queriam. Às vezes, as pessoas ficavam só sentadas ali, matutando nas coisas. Meu tio diz que os arquitetos acabaram com as varandas porque elas não tinham boa aparência. Mas meu tio acha que eles estavam apenas inventando uma desculpa. O motivo verdadeiro, escondido, talvez fosse que eles não quisessem as pessoas sentadas daquele jeito, sem fazer nada, balançando‑se nas cadeiras e conversando. Não era esse o tipo de vida social que eles queriam. As pessoas conversavam demais. E tinham tempo para pensar. Por isso, acabaram com as varandas. E também, com os jardins. Hoje em dia não existem mais muitos jardins. E veja só os móveis. Não existem mais cadeiras de balanço. São confortáveis demais. Fazem com que as pessoas fiquem andando por aí. Meu tio disse... e... meu tio... meu tio..." A voz de Clarisse esvaneceu‑se.

Adoro SciFi. Quando elas não são uma válvula de escape para dar asas à imaginação, funcionam como uma visão profética.

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