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NASCIDO PARA MATAR de Stanley Kubrick (EUA 1987)
Um retrato cruel da caserna e da Guerra do Vietnã. Kubrick consegue colocar todos os assuntos polêmicos numa simples revista de um sargento rigoroso, e divide o filme em três etapas: o treinamento, o contato superficial dos marines com a guerra e a batalha propriamente dita. O "herói" James T. "Joker" Davis (Mattew Modine) é um descrente quanto aos motivos da participação americana na guerra. Isto é latente na sua ambiguidade provocadora, enquanto no seu capacete está lá escrito "Nascido para matar", no peito ele tem um broche "pé-de-galinha", o símbolo hippie da paz e amor, segundo ele a ambiguidade junguiana. Enquanto, os seus companheiros que "não são deste mundo" são dizimados, ele escapa de situações críticas de morte. Sua hora ainda não chegou. E a guerra pra ele é um grande barato, até que ele enfrenta uma situação de anulação total do oponente. Kubrick é mão de gênio. Surpreendendo a cada cena. Destaque para o sargento Hartman (R. Lee Ermey) e o bobalhão Leonards "Gomer Pyle" (Vincent D'Onofrio), em cenas antológicas e a trilha sonora sessentista, mais uma especialidade genial de Kubrick unindo suas cenas com música. Muitos comparam Plattoon do pró-chavista Oliver Stone com este fantástico filme de guerra de Kubrick. Pra mim sem comparação, Full Metal Jacket é um clássico diferente de guerra, um clássico do lost patrol. E o que é melhor: outra visão bem característica de um diretor genial.